Por Honório Neto
Intolerância, um dos problemas mais antigos e profundamente enraizados nos dias atuais.
Hoje se cultua o egocentrismo, a disputa desleal, a busca pelo lugar mais alto, o intolerável. Observamos esse fenômeno, por exemplo, nas filas de bancos, em estacionamentos, no trânsito, nos diversos relacionamentos afetivos e na sociedade como um todo.
Paro para refletir sobre o assunto, e, presumo que a chave que pode desencadear esse excesso ou pelo menos abrir algumas portas que nos aproxime a esse fim, esteja situada no esclarecimento de que trata o filósofo Immanuel Kant no texto escrito em 1784, “O que é o Esclarecimento?”.
Necessitamos compreender, que esse problema além de estar ligado à formação do ser humano (nascemos em berços diferentes, fomos educados em ambientes distintos, se adaptarmos a sistemas diversos), tem essência fundada nas correntes que são enlaçadas no ser desde o nascimento (distinção de raça, cor, etnias e etc).
A parti do esclarecimento, que segundo Kant consiste numa condição moral e não uma coisa, e seu sentido não pode ser minorado ao saber ou conhecimento, pois é a combinação do conhecimento profundo sobre um assunto específico com a autonomia crítica do sujeito do conhecimento, o homem sai da “menoridade” e migra para a sua própria liberdade, passando a ter uma convivência saudável, com capacidade tolerável ao se deparar com certos comportamentos alheios, que de fato, prescindem de intolerância.
Nesse mesmo diapasão, é possível notar que a inclusão cultural também pode ser uma política que contribua para o fim do pré-julgamento e para uma melhor convivência. Precisamos sair da “caixa” e buscar o esclarecimento a fim de sanar essa situação que assola a sociedade ou, saltem¹, chegar ao mínimo, suficiente que possibilite a convivência saudável e mais respeitosa entre as pessoas.
1- “pelo menos” - latim
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