terça-feira, 25 de setembro de 2012

JEITINHO BRASILEIRO



A presidenta Dilma recentemente sancionou a nova lei das cotas, o que mudará radicalmente o ensino público superior em nosso país. Como Dilma vetou apenas o 2º artigo, que determinava a seleção de alunos do sistema público por meio de um Coeficiente de Rendimento, isto é, a média de suas notas no ensino médio, uma em cada duas vagas nas universidades federais passará a ser ocupada por alunos que cursam o ensino médio em escolas públicas. Por esse diapasão, das 240.000 vagas disponíveis nas federais, 120.000 serão distribuídas para os alunos da escola pública, segundo a cor da pele ou a autodeclaração de etnia do examinado.

Ocorre que os critérios adotados pela nova lei desprezam o mérito e põe em risco a qualidade da pesquisa acadêmica nas universidades, comprometendo a produção de conhecimento. Isso porque, a grande maioria dos artigos publicados na esfera internacional são oriundos dos nossos centros universitários. Para o governo, é mais viável recorre ao jeitinho brasileiro, com o discurso de trazer oportunidade aos mais frágeis, buscando a igualdade no acesso à educação e, por outra banda, maquiando um dos problemas mais graves do país: a péssima qualidade das escolas públicas, tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio.

A única vantagem da nova lei é que através do sistema implantado, o acesso aos alunos vindos de escolas públicas para o nível superior fica garantido. O que corroborará um cenário onde alunos menos preparados terão acesso às universidades de melhor qualidade, o que atropela o mérito de um grande grupo de candidatos e baixa o nível de produção científica. Ora, para o governo brasileiro é mais fácil criar cotas do que investir no ensino básico de qualidade. ‘Se tivéssemos uma base descente, a competição para o ingresso no ensino público superior seria mais justa e igualitária’.

A visão de proporcionar estímulos aos que sempre estiveram em desvantagem, é bem recepcionada. Todavia, não vai importar o desempenho escolar do candidato, já que o lugar estará garantido. Nesse contexto, fica evidenciado que com a nova lei o Brasil corre um grande risco de andar mais ainda prá trás. Mas, não esqueçamos que somos o país do futebol, que é uma espécie de ópio do povo. Recentemente, vencemos a China por 8 x 0, mas na educação, permanecemos atrás no placar, muito atrás.






Um comentário:

  1. Dr. Honório, é pena realmente que esta política de remendos chegue até à educação. Ministérios como os da Cultura ou da Educação não podem ser moedas de troca. Pensar educação, mais do que qualquer outra coisa, requer compromisso com a sociedade e não com partidos.

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