A presidenta Dilma recentemente sancionou a nova
lei das cotas, o que mudará radicalmente o ensino público superior em nosso
país. Como Dilma vetou apenas o 2º artigo, que determinava a seleção de alunos
do sistema público por meio de um Coeficiente de Rendimento, isto é, a média de
suas notas no ensino médio, uma em cada duas vagas nas universidades federais
passará a ser ocupada por alunos que cursam o ensino médio em escolas públicas.
Por esse diapasão, das 240.000 vagas disponíveis nas federais, 120.000 serão
distribuídas para os alunos da escola pública, segundo a cor da pele ou a
autodeclaração de etnia do examinado.
Ocorre que os critérios adotados pela nova lei
desprezam o mérito e põe em risco a qualidade da pesquisa acadêmica nas
universidades, comprometendo a produção de conhecimento. Isso porque, a grande
maioria dos artigos publicados na esfera internacional são oriundos dos nossos
centros universitários. Para o governo, é mais viável recorre ao jeitinho
brasileiro, com o discurso de trazer oportunidade aos mais frágeis, buscando a
igualdade no acesso à educação e, por outra banda, maquiando um dos problemas
mais graves do país: a péssima qualidade das escolas públicas, tanto no ensino
fundamental, quanto no ensino médio.
A única vantagem da nova lei é que através do
sistema implantado, o acesso aos alunos vindos de escolas públicas para o nível
superior fica garantido. O que corroborará um cenário onde alunos menos
preparados terão acesso às universidades de melhor qualidade, o que atropela o
mérito de um grande grupo de candidatos e baixa o nível de produção científica.
Ora, para o governo brasileiro é mais fácil criar cotas do que investir no
ensino básico de qualidade. ‘Se tivéssemos uma base descente, a competição para
o ingresso no ensino público superior seria mais justa e igualitária’.
A visão de proporcionar estímulos aos que sempre
estiveram em desvantagem, é bem recepcionada. Todavia, não vai importar o
desempenho escolar do candidato, já que o lugar estará garantido. Nesse
contexto, fica evidenciado que com a nova lei o Brasil corre um grande risco de
andar mais ainda prá trás. Mas, não esqueçamos que somos o país do futebol, que
é uma espécie de ópio do povo. Recentemente, vencemos a China por 8 x 0, mas na
educação, permanecemos atrás no placar, muito atrás.